Pais exigentes demais prejudicam os filhos!
Em um mundo em que valoriza excessivamente os resultados e que estimula a competitividade desde cedo crianças correm o risco de se tornarem perfeccionistas, graças às exigências excessivas dos pais.
A demanda pela excelência pode se manifestar por meio de criticas excessivas ao desempenho na escola, nos esportes, no dia a dia ou ainda em comparações com outras crianças. Por mais que alcancem excelentes resultados, crianças e adolescentes que são cobrados em excesso nunca estão satisfeitos e carregam culpa por não atingirem o ideal de perfeição que exigem, reproduzindo assim o padrão de expectativas existente na relação com os pais.
Criticas construtivas e bem fundamentadas são bem-vindas e fazem parte da educação da criança. Criticar quando necessário, sim, mas com afeto e acolhimento, ressaltando as qualidades e o esforço. O saudável é ensinar a criança a fazer seu melhor, aperfeiçoando seus talentos.
Os pais precisam olhar para o filho como ele realmente é, para seus potenciais e limites, levando em conta a fase de desenvolvimento em que está e suas características individuais. Criticas constantes podem levar a criança a acreditar que é incapaz e que o que faz nunca é bom o suficiente, gerando alto nível de estresse, que pode até mesmo causar danos à saúde da criança.
Em alguns momentos, a crítica pode aparecer de forma velada, disfarçada de um elogio.
Há pais que podem até elogiar o que os filhos fazem, mas sempre deixando algum comentário final indicando um ponto negativo. Não fazem por mal, mas, como para eles o padrão é alto, naturalmente decepcionam-se e acham que o resultado do filho poderia ter sido melhor. Por outro lado, o elogio gratuito também não traz bons resultados. Pais que elogiam sem critério são igualmente nocivos. Não ensinam seus filhos a lidarem com as frustrações. Além disso, passam a ideia de que não tem expectativas em relação a si mesmos. Como tudo na vida, os extremos são sempre ruins.
Por Jéssica Oliveira Psicóloga Infantil
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